Pinga também é Cultura
(Surrupiado do Café Brasil)
Nossa leitora Angelita envia uma colaboração muito interessante:
Antigamente, no Brasil, para se ter melado os escravos colocavam o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo. Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse. Um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou! O que fazer agora? A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor. No dia seguinte, encontraram o melado azedo (fermentado). Não pensaram duas vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo. Resultado: o "azedo" do melado antigo era álcool que aos poucos foi evaporando, formando no teto do engenho umas goteiras que pingavam constantemente. Era a cachaça formada que pingava (por isso o nome "PINGA"). As gotas, quando batiam nas suas costas marcadas com as chibatadas, ardiam muito, por isso o nome "AGUARDENTE". Caindo em seus rostos se escorrendo até a boca, os escravos viram que a tal goteira dava um barato, e passaram a repetir o processo constantemente. Hoje, como todos sabem, a pinga é símbolo nacional!
Raphael Tozelli Carneiro, Doutorando em Genética e Melhoramento de Plantas
ESALQ – USP, Piracicaba (SP).
11 abril 2005
Scratch #020
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1 comentários:
Pode parecer meio sarcástico, mas o Brasil não teria o seu "de melhor" não fossem os escravos... a feijoada, a pinga... e a morena também não seria possível sem eles... êta mundo doido!
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