14 fevereiro 2007

Olha o Camburão aí Gente!

E por falar em ressurreição! Uma das bandas mais criativas e bem sucedidas dos anos 80 vai se reunir para comemorar os 30 anos de sua primeira gravação. O Police está de volta!



Por enquanto se trata de uma grande turnê mundial. Claro, Pindorama tá na lista. Provavelmente no último trimestre. Um CD e um DVD com o registro do passeio deve ser inevitável. Mas, por enquanto, nada de novas gravações. É mais provável que seja só isso mesmo: uma grande comemoração e pronto. Sting, apesar do desastre de seu último disco (Sacred Love), tem uma carreira solo consolidada. Andy Summers tá com uns 60 anos. Não tem mais pique para banda. E Stewart Copeland é um esquisitão-legal que sonha desde 86 com a volta do Police. Terá seus 10 meses de curtição.

Como eu já disse por aqui, não gosto de 'revivals'. Mas, de novo, taí mais um que curti. Sim, porque o cenário musical anda paupérrimo. Sim, pq finalmente poderemos ver o trio no Brasil. E não precisa ter música nova. Aliás, tomara que eles evitem isso. Não tenho dúvidas de que cada som será retrabalhado. Sting regravou dezenas de sucessos do Police, todos com uma roupagem bem jazz. Copeland é vidrado em sons do 'terceiro mundo' desde a primeira fase da banda. E Andy Summers é eclético por natureza. O último disco dele é "Splendid Brazil", gravado em parceria com o excelente guitarrista Victor Biglione. Ele gravou "Chovendo na Roseira" (Jobim), "Retrato em Preto e Branco" (Jobim e Chico), "As Rosas não Falam" (Cartola) e "O Ôvo" (Hermeto), dentre outros clássicos tupiniquins. Tudo instrumental. Todas fenomenais. Tudo passou batido na terra do calypso-bruno-amarronado.




O Police nasceu praticamente no 'boom' do pior momento do rock: na era "punk+disco". Passou batido, apesar da guitarra seca de "Next to You". Diferença fundamental: inteligência + reggae. Acabou criando um estilo que foi cansativamente copiado mundo afora. Um de seus filhotes mais nobres é o Paralamas do Sucesso (mesmo formato - mesma proposta inicial).

O trio não tem lógica e talvez por isso tenha sido tão criativo. Sting era professor com uma voz fraquinha pero marcante. Um Chet Baker sem heroína (só um yagezinho de quando em vez). Copeland, filho de diplomata estadunidense, girou mundo. Playboyzinho culto e antenado. Para muitos, o melhor baterista dos últimos 30 anos. Para mim ele perde do Bonzo (Led) e empata com o João Barone. Summers era o mais velho dos três. Tava no mundo do rock desde o início da era Beatles! Participou de coisas pra lá de estranhas como o Dantalion's Chariot, banda pop-psych que lançou um disco em 67. Escute a introdução de "Bring on the Night" para entender porque muitos acreditam que Summers reinventou a guitarra.

A riqueza musical da banda merecia letras igualmente valiosas. É aqui que Sting se destaca. E não estou falando das rimas bem sacadas de "Every Breath you Take" (que ninguém tira da minha cabeça que é um quase plágio do reggae do LedZep, "D'yer M'aker" - sem demérito. Afinal, cria-se assim também). Mas tô falando de outras pérolas, tão ou mais importantes que o maior hit deles. "Roxanne" é um apelo passional para um puta (viu Veja: PUTA!). "Don't Stand so Close to Me" é um apelo frágil para uma aluna safadinha. "I Can't Stand Losing You" é o apelo dos apelos:

I guess this is our last goodbye
And you dont care, so I wont cry
But you'll be sorry when Im dead
And all this guilt will be on your head
I guess youd call it suicide
But Im too full to swallow my pride

I cant, I cant, I cant stand losing...


Como um dramalhão assim não soa patético? Tendo bom humor. E ritmo, muito ritmo.

Desse camburão ninguém tem medo. Que venha a Polícia!

12 fevereiro 2007

Torturando com Música

É verdade. Tropas estadunidenses usam altos e pesados sons como uma forma de tortura. Um dia foi "Voodoo Child" do Hendrix. Hoje rola Barney (?), Sesame Street (?) e Metallica.

Tortura não é brincadeira, mas não vou resistir. Semana passada uns trogloditas da PM de Sampa foram pegos com a boca na botija - cacetete e cotovelo na costela, melhor dizendo. Se copiassem seus iguais do hemisfério norte, teriam matéria prima de sobra: imagina uma sessão com um MC-qq coisa carioca, Bruno e Marrone, Dudu Nobre, Asa de Águia, Calypso e o Faustão tagarelando: "10 milhões de cópias vendidas! Sucesso é isso aí!! Ôrra meu!!!".

Qualquer um confessaria qualquer coisa...

Scratch #082


Romeo & Julieta, 3000 A.C.

O Fundo do Poço no Reino Encantado

Cory Doctorow é um dos blogueiros mais lidos do mundo. Nada de especiarias árabes e besteiróis afin$. Papo bom, relevante ou não. Seu blog é o BoingBoing. Cory também é escritor. Adora ficção científica, cultura popular-digital-livre e outras coisinhas.



Seu primeiro livro, "Down and Out in the Magic Kingdom", agora está disponível em 'português do Brasil' também. Livre e gratuito, como na versão original. Trampo elogiável de José Rafael de Macedo Zullo.

11 fevereiro 2007

Van Halen: Pai e Filho

Essa é só para os rockeiros de quase-meia-idade e uma certa saudade. Uma das melhores bandas estadunidenses dos anos 80 está de volta: Van Halen. Com seu vocalista original, o David Lee Roth. Não curto revivals, particularmente aqueles movidos exclusivamente por muita $$. Mas neste caso dá pra dar um desconto. É tanta emo-merda, tanta pasmaceira, tanta viadice, que tem espaço sim para um velho e descompromissado Rock'n'Roll. E o Van Halen é muito bom nisso.

Curioso no anúncio é a saída do baixista, o Michael Anthony. Em seu lugar entra Wolfgang Van Halen! Um moleque de 15 anos e filho do Eddie. Se fizer no baixo 30% do que o pai faz com a guitarra, será um show. Titio Alex segue nas baquetas.

04 fevereiro 2007

Você não tem que usar aquele vestido...

.., aquele vermelho. Hoje não.

Pode sair de bermuda. Aquela jeans que consegue melhorar tua bunda. Parecia impossível. Mas ela consegue. A bermuda. Você.

Ela. Ela consegue ficar melhor de manhã. Duvida? O rostinho meio inchado - cara de sono. Camiseta hering e uma bermuda jeans. Dá de mil naquele de vestido vermelho.

Ando pensando em ti. Persona sem nome. Coletânea de pseudônimos. Eva? EVA!

Lembro do teu papo sobre teu filho, teu xodó. Nasceu quando tu, gaúcha, tinha 16? Agora tens 19 e espírito de mãe velha. Instinto de mãe natural.

Mas pintou aqui, nesta cama.

Artista, pode confundir qualquer um. Pode fazer qualquer um acreditar no teu gozo.

Tu tá com sono. E preocupada com aquela criaturinha de quase 3 anos.

Mas és honesta. Generosa. Tem 15 minutos?

Então... a Veja não gosta da tua profissão. Ano passado, no ranking de livros mais vendidos, ela escreveu "Memórias de minhas p... Tristes". Você acredita? É um livro do Gabriel Garcia Marquez! E ela censurou o título assim. Se achou com direito de censurar a palavrinha PUTA.

Piorou. Semana passada, naquela fajuta e tendenciosa seção de frases, ele repetiu o feito. Colocou uma frase do Gabeira com "p...". Puta merda, ele falou "PUTA"! Eles surrupiaram a frase e ainda se acharam no direito de podar uma das partes mais importantes dela!!! Pode?

Você não liga, né? Com essa carinha inchada e superior. Mas eu ligo! Porra, aquela revista vive recheada de fotos de péssimo gosto. Algumas edições jorram sangue. E não pode escrever a palavrinha "PUTA"??? PUTA QUE O PARIU!!!

Que moral é essa? Reclamam do Chavez e convivem com uma auto-censura ridícula assim? Pode??

Você quer ir embora, né? Quanto é mesmo?

03 fevereiro 2007

Sto Lat

Se você estiver na Polônia e, de repente (que redundância), soltar um espirro (espirros sempre ocorrem de repente), ouvirá o seguinte:

- Sto lat!

É o jeito deles dizerem "Saúde!". Mas eles são muito generosos: "sto lat" significa 1000 anos de saúde! Sabe d'onde veio isso? Antigamente o pessoal acreditava que um espirro podia expulsar a alma. O "saúde" seria uma forma de não deixá-la fugir. Mas havia também, em outros cantos, quem acreditasse que o espirro podia expulsar o demo. Se essa crença tivesse pegado, muita igreja por aí teria que adotar outra estratégia de marketing, não é mesmo?

O espirro como uma coisa boa vem da Grécia antiga. Aqueles sábios de verdade viam o espirro como um bom sinal. A ciência de hoje ensina que esse ato involuntário de nosso corpo realmente faz bem: expulsa organismos indesejáveis. E a gente nem percebe o tanto de força que se faz: um espirro pode atingir uns 150 km/h! Imagina só, aquele minúsculo vírus maldito, com capacete, tirando um racha.



Em tempos de Internet é assim que a informação viaja. Rápida, em múltiplas estradas e formatos. Daí o nome da revista ilustrada acima: Atchim! Átomo e bits. Picanha e cerveja. Cotidiano e BlueNoir. Futebol e humor. Papo sério ou não. Varginha e o mundo, hehe.

Sto lat pra ela!