31 janeiro 2005

Closer

"If you believe in love at first sight, you never stop looking."



Um médico, uma fotógrafa, um escritor e uma stripper. As duas são norte-americanas. Os dois são ingleses. Os quatro se acham numa linda Londres contemporânea. Os quatro se perdem em quentes e curtos relacionamentos amorosos. É filme para ser detestado por românticos, idolatrado por cínicos. Oxalá gerasse um vice-versa de percepções e julgamentos. Talvez se conseguíssemos não ficar "Perto Demais" das situações que o filme mostra (terrível trocadilho com o título brasileiro).

Mike Nichols, o diretor, nunca foi um arquiteto de imagens. Mesmo assim gerou um filme muito bonito. Mas sua força está (como sempre esteve) na direção dos atores. É certo que montou um time de primeiríssima: Julia Roberts, Jude Law, Clive Owen e Natalie Portman. Mas percebe-se a mão do diretor ali. Os diálogos são cínicos e/ou violentos em boa parte do filme. As emoções extraídas deles, em alguns momentos, surpreendem.

Aos 35 Mike Nichols dirigiu "Quem tem medo de Virginia Woolf" (1966). No ano seguinte cravou outro clássico, "A Primeira Noite de um Homem" (1967). Depois não fez nada tão forte... até "Closer" (2004).

Apesar da crítica estar rasgando elogios para Clive e Natalie, os 4 atuam muito bem. Quem mais me surpreendeu foi Julia Roberts (dada a carga de erotismo e palavrões dos diálogos). Julia tá sabendo envelhecer.

Natalie, desde muito cedo (aos 13 foi a Mathilda de "O Assassino"), desafia Hollywood com seu jeito de moleca, sua beleza e capacidade de interpretação. Merecia mais personagens fortes (e abandonar um pouco as besteiras tipo 'Star Wars' e afins).

A dupla masculina é um show de opostos. Clive há tempos merece mais e melhores papéis. Jude não precisa provar mais nada pra ninguém.

O filme abre e fecha com a bonita e triste "The Blower's Daughter", d'um tal de Damien Rice (não conheço). Na trilha tem música italiana, francesa e... de repente... 3 sons do primeiro disco da Bebel Gilberto!! Ficou legal.

28 janeiro 2005

Pessoas e Idéias

por Luciano Pires

Disseram que sou tucano, pois coloquei em meu fórum alguns temas que atacam posições do governo do PT que julgo impróprias ou equivocadas. Anteriormente fui acusado de esquerdista por uma outra turminha indignada com umas colocações que permearam alguma simpatia pelo PT. Também já fui rotulado de burguês engomadinho; pernóstico; ignorante e burro. Para compensar, já fui classificado de gênio, inteligente e engraçado. E também de pessoa comum, medíocre e sem sal, ou seja: rótulo é o que não me falta. E eu acho graça. Primeiro por ter a consciência de que, se estou escrevendo e me expondo, vou receber todo tipo de retorno: contra e a favor. Segundo, por entender que se eu acreditar no que me dizem, ficarei insuportável ou entrarei em depressão. E nada disso vale a pena. O que vale mesmo é refletir sobre a forma como rotulamos e somos rotulados pelos outros. É impressionante a facilidade com que nos movemos de pensar e sentir sobre algo que a pessoa faz ou diz, para generalizar sobre o que a pessoa é. Fulano diz algo engraçado e a gente pensa “fulano é engraçado!”.
Beltrano diz algo político e a gente pensa “beltrano é de esquerda!”. Cicrano toma uma atitude imbecil e a gente pensa “cicrano é um imbecil”.
Confundimos a pessoa com as idéias da pessoa. É por isso que muitas vezes é praticamente impossível encarar algumas discussões. Os opositores saem da argumentação das idéias e entram no campo da ofensa pessoal. Acho que você já está cansado de ver e ouvir isso, não é? Recentemente me diverti com o João Gordo dizendo que levou uns pagodeiros e sertanejos no seu programa e gostou dos caras. - “Eles são gente fina, mas o trabalho deles é uma merda”. Perfeito. João Gordo separou o ser humano das suas idéias. Entendeu que é possível conviver em harmonia com pessoas que não comungam de seus gostos. Ele acertou no âmago daquilo que chamamos de democracia.
Mas quanta gente você conhece que é capaz de agir assim? Pois o resultado dessa incapacidade de estabelecer a diferenciação entre as idéias e as pessoas é uma confusão, uma perda de tempo absurda, que impede que avancemos como nação. Principalmente nestes tempos de discussões políticas e da mídia que sobrevive de alimentar polêmicas rasas. Pois faça uma experiência: nas próximas oportunidades, observe como as pessoas fazem o jogo de confundir o que a pessoa diz com o que a pessoa é.

Quando você perceber essas armadilhas, terá dado um passo fundamental para obter um atributo cada vez mais raro: o equilíbrio. Equilibrado. Isso é que é rótulo!

27 janeiro 2005

Lista :: Trilhas

A MOJO publicou sua lista das 100 melhores trilhas sonoras de todos os tempos. É a categoria menos privilegiada de minha coleção. Mas, putz, só 4 dos meus discos constam da lista da Mojo!!:

.Blow Up (Herbie Hancock) - 26o
.Shaft (Isaac Hayes) - 52o
.Blade Runner (Vangelis) - 83o
.Paris, Texas (Ry Cooder) - 85o



"Blow Up" realmente é um discaço. Além das faixas do Herbie (que o James Taylor Quartet adora tocar), tem Yardbirds (com Jimmy Page e Jeff Beck) e, na edição especial, uma faixa super obscura (não utilizada por Antonioni) composta por um tal Steve Howe (que mais tarde faria história no Yes).

"Blade Runner" é simplesmente a melhor trilha de filmes de ficção científica (apesar da força e impacto de "2001"). Vangelis parece ter criado as músicas depois do filme estar pronto. Se encaixam com perfeição em todas as cenas.



Agora, deixar de fora as trilhas de "Despedida em Las Vegas", "O Troco" e "Psicose" ( ou no mínimo uma boa coletânea das trilhas feitas por Hermann para o Hitch) é sacanagem. O velho problema das "listas"...

25 janeiro 2005

Reconhecendo Padrões d'uma Indústria Caduca

Em 07/Set/2003 William Gibson postou no seu blog:

MAKING SHORT FILMS BASED ON STORIES OF MINE

Someone mentions planning to do this. Actually this is not such a good idea, as the film rights to most of those stories were sold long ago. What this means is that not only can I not grant anyone any sort of permission (because those rights are no longer my property) but in some cases they have long since been resold by the original buyer, so I don't even know who currently owns them and have literally no way of finding out.

The smarter thing to do is write your own screenplay and make up your own title, and if the result is after the manner of my early short fiction, I'm not sure where that might get you in 2003 but good luck.



Pronto. Todo o tesão e expectativa de ver algo realmente NOVO no cinema foi por água abaixo. Gibson deve estar com uma bela $$ no bolso... mas eu não trataria um filho assim. E Gibson se contradiz. Saca só um trechinho do livro PR:

"Músicos, hoje, se forem espertos, colocam novas composições na Web, como tortas colocadas para esfriar no alpendre de uma janela, e esperam que outras pessoas as retrabalhem de forma anônima. Dez estarão errados, mas o décimo primeiro poderá ser um gênio. E de graça. É como se o processo criativo não estivesse mais contido num crânio individual, se é que de fato um dia esteve. Tudo, hoje, é até certo ponto o reflexo de alguma outra coisa."

Pois é... que pena que a máquina do 'direito autoral' não reflita isso.

24 janeiro 2005

pattern recognition

William Gibson ficou conhecido em meados dos anos 80 por antecipar muito do que estaríamos vivendo (digitalmente falando) hoje. É dele o já clássico "Neuromancer". Ele acaba de chegar às livrarias com um novo livro. Provavelmente o melhor desde sua obra prima. Chama-se "Reconhecimento de Padrões".



William de uma forma muito acertada descartou o futurismo de suas obras anteriores. Depura a atualidade. Criou Cayce Pollard, uma 'estilista caçadora de tendências' free-lancer. Lê o mundo 'consumista/consumido' de hoje através dos olhos de Cayce. Dona de CPU's (Cayce Pollard Units... as peças que compõem seu visual/estilo). Demora umas 70 páginas até que a trama principal dê as caras... é tanta depuração. É uma avalanche de citações/descrições!! (Se o Fábio Torre fosse escritor, seu livro seria assim... hehehe... Towerson: não é uma crítica, ok?).

Apesar do ritmo aparentemente lento (não há muita Ação!), e do excesso de referências a leitura prende. Provavelmente pq nunca vi nada parecido. E tão atual! Kubrick, Sinclair, TX-81 (TK-82/85), Apple Cube, Mild Seven, Stalker ... prepare-se! Seu domínio de 'cultura inútil' está prestes a ser fatalmente desafiado. Gibson é um tarado!

Mas o que torna Gibson imbatível é sua capacidade de absorver e interpretar tecnologias. E explorá-las de uma forma bastante provocadora (o velho "como ninguém pensou nisso antes?!?!"). Em paralelo à trama que se desenrola de forma preguiçosa existe um petisco e tanto: um filme está aparecendo (na Internet, obviamente), aos poucos. Ninguém sabe sua origem. Não sabem se é totalmente feito por computador ou se usa atores verdadeiros. Ninguém sabe nada! E todo mundo parece adorar o filme. Os fragmentos surgem aleatoriamente. Sua sequência é fruto de discussão. Aliás, tudo é fruto de discussão. Existem duas 'tribos' em fóruns Internet. Uma crê que o filme já está 100% finalizado. Outra acha que o filme está sendo distribuído logo após as filmagens. Os 'fãs' se reconhecem nas ruas. É uma idéia e tanto!! Se Hollywood (que fatalmente comprará os direitos) for minimamente inteligente, pode lançar um blockbuster de deixar os 3 Matrix (juntos!) no chinelo... basta saber usar as mídias. E não ficar com o CNM temendo a distribuição ilegal de fragmentos...

É! Falei demais... mas foi só prá dar um gostinho.

Ah! Errei feio ao anunciar o livro sem ter a mínima idéia do que me esperava. Esquece o Cyber-Punk Acid-Junkie Sci-Fi. O livro tá mais pra Yuppie-Nóia Acid-Hype Nerd-Trip Buy-Buy. Bye bye!

Blur :: BlueNoise

Putz... tô devendo este post desde o ano passado. Preguiça e complicação. Afinal, não é todo ano que 4 das suas 5 bandas favoritas (vivas!) lançam material inédito. Quem ficou de fora foi o Pearl Jam, que mesmo assim lançou um excelente álbum ao vivo (acústico), "Benaroya Hall". Mas o Blur nasceu prá festejar coisas INÉDITAS. Então, fica aqui só a menção honrosa. (hehe.. é esse disco que tá fazendo muito 'chato' rever a discografia do PJ com olhos (digo, ouvidos) bem diferentes. "Putz.. 'No Code' é do caralho!"... pois é...)

Foi particularmente difícil escolher um nome para o "prêmio". Para Livros e Filmes acabei criando umas homenagens meio fajutas. Mas para Música! Optei por um nome que define bem meu gosto musical: barulho com pitadas de tristeza: BlueNoise!

O discaço do ano é "How to Dismantle an Atomic Bomb", do U2.



Forte e intenso, marca registrada dos irlandeses. A Bomba Atômica do título é o próprio Bono. Pra variar, tem coisa muito pessoal aí. Particularmente a música do ano, "Sometimes you can't make it on your own". No DVD da edição especial (e no Shareaza) vc encontra uma versão acústica dela, tão bela quanto a original. É o 14o disco oficial do U2 (entendeu o Catorze?), e Bono disse que parece que é o primeiro. Parece e é. Na minha opinião o U2 vive em ciclos. HTDAAB é o 1o disco do 4o ciclo. (Qq dia explico a teoria).
Melhores músicas:
.Sometimes you can't make it on your own
.Miracle Drug
.A Man and a Woman
.Vertigo
.Love and Peace or Else

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Mas confesso que por simpatia (pela teimosia) quase coloquei "Marbles", do Marillion, como o disco do ano. E não é simpatia só pelo esforço da banda em sobreviver nessa selva de gravadoras estúpidas. O disco é bom demais. Lembra a fase áurea do rock progressivo, mas sem bolor e sem saudosismo. É moderno (Angelina), viajandão (Ocean Cloud), pop (Don't Hurt Yourself) e eclético/psicodélico (Drilling Holes).



O Steve Rothery nunca foi tão bom. Versátil prá caramba, em algumas faixas sola como David Gilmour. Em outras lembra Satriani. A companhia de Pete Trewavas (baixo) não podia ser melhor. Pete é o melhor baixista vivo (sorry rush-fãs). Só o Hogarth (que canta muito!) fica devendo. Devia deixar de experimentar timbres que não combinam com sua voz. Aquela gritaria em 'Ocean Cloud' quase estraga uma obra prima.

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O Cowboy Junkies também deu as caras em 2004, após o excelente 'Open' de 2001. O nível caiu um pouco. Transição? Parece... 'Open' foi pesadão demais. Michael distorceu a guitarra no último. Agora pegou mais leve. Segue inspirado (e trabalhando pesado: escreveu todas as músicas, produziu o disco e, lógico, tocou guitarra).



'One Soul Now' combina momentos muito bonitos ('He Will Call You Baby', um puta blusão) com alguns sons um tanto deslocados, como 'Stars of our Stars'. Más línguas vão dizer que o que vale mesmo no disco é o bônus "B'neath your Covers". 'Seventeen' do Cure ficou realmente duca. Mas CJ é sempre CJ. E Margo é sempre Margo (como canta essa mulher!).

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Por último (e não por acaso) a decepção do ano. "Around the Sun", do R.E.M., é o pior disco dos caras. Repetitivo, sem tesão.



Mas como Stipe é sempre Stipe, tem uma pérola perdida ali: 'Make it all Okay'. Simplesmente a 5a melhor música do ano (hehe...)

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Taí... finalmente encerrei a premiação Blur! Sentiu falta de coisa nova? Eu também... Como em 2005 não deve sair nada de novo dos premiados aqui (em todas as categorias), que haja espaço pra gente nova. Senão será um ano fraquinho, de coletâneas e releituras...

18 janeiro 2005

Mergulhos

Virei o ano mergulhando em clássicos... emendei 'Coração das Trevas' e 'O Velho e o Mar', conforme programado. Sobre o 1o já comentei. Estou tentando até agora descobrir pq só fui conhecer Hemingway agora, depois de velho.



O conto, curtíssimo, é de uma beleza e d'uma simplicidade impressionantes. Flui de tal forma que parece que o Hemingway o escreveu n'uma sentada só. Tipo de produto que só a maturidade consegue gerar. Tentei encontrar filhotes e, além do belo desenho aí de cima, só achei este curta de animação. Não sei se uma transposição prá telona conseguiria transmitir tanta emoção... Melhor seguir só como 'palavra escrita' mesmo.

17 janeiro 2005

Estranho no Ninho da TV

O Brasil é mesmo o país da contradição. Estreou na semana passada a mini-série "Hoje é Dia de Maria", na Globo. Uma vez por ano a emissora nos brinda com algo fora de série. Mosaico de contos populares, a mini-série surpreende em tudo. Na atuação excepcional de todos os atores, na cenografia, fotografia, trilha. Exatamente tudo!



Aí a Veja (q tb elogia) diz que tem diretor da Globo insatisfeito. O cara tá dizendo que o grande Luiz Fernando Carvalho tá confundindo mídias. Tá tratando TV como cinema. Uai... só pq é inovador? Só pq é bem feito? Será possível q o cara pensa que tudo q brasileiro merece é lixo (a la big brother e afins)? Desconheço o histórico de audiência do horário, mas seria legal que eles percebessem q qq 20 pontos de audiência de "Maria" vale mais que 60 pontos de qq bigbosta! Trata-se d'um bem que estão fazendo pro país. Foda-se o resto...

Luiz Fernando Carvalho é realmente um insano. Com certeza vai entrar prá história pela coragem, erudição e perfeccionismo. Ele dirigiu algumas novelas prá Globo, mas sua grande obra é "Lavoura Arcaica".



Todos diziam que seria impossível transferir o romance de Raduan Nassar para a
telona. LFC não só transferiu, mas fez o melhor filme nacional dos últimos 20 anos! Quem acha que Selton Mello é o Chicó, precisa vê-lo aqui. Além da belíssima e competente Simone Spoladore que, prá váriar, dá um show de interpretação. O filme é de 2001. Acho q até hj não mereceu uma edição em DVD... vai entender. No país da contradição, daqui uns dias tem DVD de pânicos, bigs, pinicos e qtais...

12 janeiro 2005

É a Guerra, Spooky!

A Folha Ilustrada de hoje estampa na capa uma entrevista com DJ Spooky, um cara de 34 bem culto e radical. Não conheço seu som, mas dá prá ter uma idéia qdo ele prega que "o DJ herdou tudo o que os movimentos de vanguarda do século 20 lutaram para atingir. A mitologia de uma era passa a ser a tecnologia de uma outra." Depois setencia, "O hip hop é o Borges da cultura popular do século 21". A velhinha do "Matadores de Velhinhas" (bom filme com Tom Hanks) ia adorar essa... Ela detesta hipt hopt... (Perdi minha carteira em Varginha...)

Seguinte: é pretensão demais! Não discuto o movimento, muito menos "atitude" (q detesto. Todas!). Mas é pretensão demais. Tipo de coisa que pode acabar estragando um movimento legítimo. Movimento? Sorry... É que o cara cita Carlinhos Brown como uma de suas maiores "influências"... hehe

E o cara fala de sample o tempo todo! "Vejo o meu trabalho como um poema construído a partir das possibilidades do som - samples, batidas, scratches e pedaços de informação que me rodeiam". E nem prá comentar a atual "guerra" copyright X copyleft? Pr'um ativista de tal porte, trata-se d'uma omissão imperdoável! (O entrevistador, Diego Assis, tb falhou).

Pois bem, aí vc vira a página e, lá no rodapé, dá de cara com "Concurso estimula download, sample e remix de CD". O artigo (q tb é do Diego!) tá falando do concurso promovido pela Wired e pelos Creative Commies (digo, Commons). O concurso escolherá as melhores bagunças (mixes, remixes e afins) feitas com as músicas liberadas em CD pela revista na edição de novembro. E fala da guerra! Ronaldo Lemos, advogado responsável pelo CC aqui no Brasil (via FGV) rebate Mr Billshit. Com elegância:

"Os artistas podem lucrar tanto diretamente quanto indiretamente usando o Creative Commons. Na indústria musical, cada vez fica mais claro que o valor econômico reside na relação que o artista tem com seus fãs. Se esta relação é sólida, o artista vai ser sempre viável economicamente. Além disso, a música está se desdobrando em produtos diversos, cada um com uma dinâmica de mercado diferente: shows, DVDs, ringtones, vídeos, licenciamentos etc. Muitas vezes autorizar a ampla divulgação da obra é o melhor caminho para otimizar a exploração de todas essas fontes de receita."

Mr Billshit anda confundindo capitalismo racional com comunismo. Bobinho...

Pior q ele só aqueles defensores q só sabem dizer: "Mas ele tá rico!". Está? E daí?

Ah, prá participar do concurso (cujas inscrições encerram-se em 12/Fev), basta acessar http://ccmixter.org. As músicas a serem remexidas estão aí tb.

06 janeiro 2005

AcidJunkie Cyberpunk Sci-fi

No Graffiti tô publicando uma série (graffiare speciale) dedicada a Nicholas Negroponte. Um baita 'visionário' (intérprete de sinais). Um cara menos acadêmico, menos otimista e mais ácido acaba de dar as caras também. William Gibson, autor do clássico 'Neuromancer', acaba de lançar um novo livro: Reconhecimento de Padrões (Pattern Recognition).



Agora ele situa sua história em tempos atuais. Mesmo assim usa e abusa da tecnologia e seus gadgets. Tá na fila (prá depois do Hemingway...) Depois eu conto (se der, antes do provável filme).

05 janeiro 2005

Putz...

Que início de ano mais triste! Dia 3, aos 87 anos, o Will Eisner morreu. Parece que não aguentou uma sequência maluca de cirurgias do coração. Quem não sabe quem ele é não pode falar que conhece HQ. Ele simplesmente criou os padrões que conhecemos hoje. Seu "super-herói", o Spirit, é o mais humano de todos q conheço. E não foi 'motivado' por traumas e afins. O humor ácido das histórias de Will é imbatível. Assim como seu traço caprichado. A forma como ele brincava com 3D. Saca só uma abertura d'uma aventura do Spirit:



Seu site oficial mostra um pouco mais de sua obra. A 'biblioteca' mostra sua produção mais nova, basicamente graphic novels. Na Folha de hoje tem um belo artigo do Laerte comentando a obra do cara. Falou q no início achou q Will era só um desenhista "clássico" de quadrinhos. Q até sua assinatura lembrava a de Walt Disney.



Mas 5min de mergulho em qq trabalho do cara são suficientes prá ver q Will era mais profundo, mais observador e perfeccionista q seus pares. Inclusive 'seguidores' como o Laerte e outros.