12 janeiro 2005

É a Guerra, Spooky!

A Folha Ilustrada de hoje estampa na capa uma entrevista com DJ Spooky, um cara de 34 bem culto e radical. Não conheço seu som, mas dá prá ter uma idéia qdo ele prega que "o DJ herdou tudo o que os movimentos de vanguarda do século 20 lutaram para atingir. A mitologia de uma era passa a ser a tecnologia de uma outra." Depois setencia, "O hip hop é o Borges da cultura popular do século 21". A velhinha do "Matadores de Velhinhas" (bom filme com Tom Hanks) ia adorar essa... Ela detesta hipt hopt... (Perdi minha carteira em Varginha...)

Seguinte: é pretensão demais! Não discuto o movimento, muito menos "atitude" (q detesto. Todas!). Mas é pretensão demais. Tipo de coisa que pode acabar estragando um movimento legítimo. Movimento? Sorry... É que o cara cita Carlinhos Brown como uma de suas maiores "influências"... hehe

E o cara fala de sample o tempo todo! "Vejo o meu trabalho como um poema construído a partir das possibilidades do som - samples, batidas, scratches e pedaços de informação que me rodeiam". E nem prá comentar a atual "guerra" copyright X copyleft? Pr'um ativista de tal porte, trata-se d'uma omissão imperdoável! (O entrevistador, Diego Assis, tb falhou).

Pois bem, aí vc vira a página e, lá no rodapé, dá de cara com "Concurso estimula download, sample e remix de CD". O artigo (q tb é do Diego!) tá falando do concurso promovido pela Wired e pelos Creative Commies (digo, Commons). O concurso escolherá as melhores bagunças (mixes, remixes e afins) feitas com as músicas liberadas em CD pela revista na edição de novembro. E fala da guerra! Ronaldo Lemos, advogado responsável pelo CC aqui no Brasil (via FGV) rebate Mr Billshit. Com elegância:

"Os artistas podem lucrar tanto diretamente quanto indiretamente usando o Creative Commons. Na indústria musical, cada vez fica mais claro que o valor econômico reside na relação que o artista tem com seus fãs. Se esta relação é sólida, o artista vai ser sempre viável economicamente. Além disso, a música está se desdobrando em produtos diversos, cada um com uma dinâmica de mercado diferente: shows, DVDs, ringtones, vídeos, licenciamentos etc. Muitas vezes autorizar a ampla divulgação da obra é o melhor caminho para otimizar a exploração de todas essas fontes de receita."

Mr Billshit anda confundindo capitalismo racional com comunismo. Bobinho...

Pior q ele só aqueles defensores q só sabem dizer: "Mas ele tá rico!". Está? E daí?

Ah, prá participar do concurso (cujas inscrições encerram-se em 12/Fev), basta acessar http://ccmixter.org. As músicas a serem remexidas estão aí tb.

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