30 maio 2005

Scratch #035

Lá vou eu de novo!: pode pintar o que for, de CJ a U2 passando por PJ e Audioslave. O melhor refrão de 2005 já foi composto e devidamente gravado. Tô falando do som "Earthquake Weather", do álbum "Guero" do assombroso Beck. Saca só:

I push I pull the days go slow
Into a void we filled with death
And noise that laughs falls off their
Maps all cured of pain and doubts
In your little brain




Misturar um violãozão cheio, grave, com scratchs não é pra qq um. E a melodia do refrão lembra alguma coisa antiga, tipo rock progressivo dos bons. Ou aquele pop rico tipo Beatles pós-"Álbum Branco". Beck canta de duas em duas palavras. E faz uma variação muito grande de tom (timbre) a cada frase. Resumindo: é duca!


A imagem eu surrupiei daqui.

27 maio 2005

I’m only here for this moment



Momento que durou pouco. 30 anos, 2 discos em vida, outros 3 póstumos. Domingo (29/mai) completa 8 anos que Jeff Buckley pulou no Mississipi pra nunca mais voltar. Da turminha que apareceu, estourou e morreu nos anos 90, ele é o menos conhecido. Não precisou fugir da mídia como Kurt, nem das drogas como Layne. Mas fugia.

Do esquema comum. Da música fácil e da fama fácil. Dono de uma voz pra lá de versátil, guitarrista e compositor hábil e inteligente. Se fosse um blueseiro procurando a origem das tristezas nas águas do Mississipi, até daria pra entender aquele mergulho. Talvez ele quisesse só se divertir. Vai entender...

Jeff escreveu uma das mais belas baladas dos últimos 20 anos, "Everybody Here Wants You". Tá em "(Sketches for) My Sweetheart the Drunk", disco que ele gravava quando morreu.

Everybody Here Wants You

Twenty-nine pearls in your kiss
A singing smile
Coffee smell and lilac skin
Your flame in me

Twenty-nine pearls in your kiss
A singing smile
Coffee smell and lilac skin
Your flame in me

I’m only here for this moment

I know everybody here wants you
I know everybody here thinks he needs you
I’ll be waiting right here just to show you
How our love will blow it all away

Hmm, such a thing of wonder in this crowd
I’m a stranger in this town
You’re free with me
And our eyes locked in downcast love
I sit here proud
Even now you’re undressed in your dreams with me

Oh, I’m only here for this moment

I know everybody here wants you
I know everybody here thinks he needs you
I’ll be waiting right here just to show you
How our love will blow it all away

I know the tears we cried
Have dried on yesterday
The sea of fools has parted for us
There’s nothing in our way
My love

Don’t you see, don’t you see?
You’re just the torch to put the flame to all our guilt and shame
And I’ll rise like an ember in your name

I know i, I know i
I know everybody here wants you
I know everybody here thinks he needs you
I’ll be waiting right here just to show you
Oh let me show you
That love can rise, rise just like embers

Love can taste like the wine of the ages, oh babe,
And I know they all looks so good from a distance
But I tell you I’m the one

I know everybody here, well, thinks he needs you
Think he needs you
And I’ll be waiting right here just to show you.

24 maio 2005

Scratch #034

"Manuseando com ar de romântico desconsolo, um velho diário de notas, todo tatuado com nomes femininos, de corações sangrando, com endereços e números de telefones, tendo as páginas separadas por fitinhas mimosas de diversas cores e, às vezes, entremeadas de folhas murchas, de pétalas secas de rosas e raminhos de violetas descoradas, mas que ainda permanecem roxas de saudades..."



Texto de Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, o Barão de Itararé.

Pintura 'Violeta 2', de Juan Valcárcel.

23 maio 2005

Pula Aí, Pipoca!

Já que o papo de 'mudar o mundo' não deu muito certo e anda meio demodé, a turma dos 'incomodados' inventou uma nova: vamos mudar a órbita da Terra!!!



Tô brincando não. Os caras estão convocando 'pipocas' voluntárias para pular em horário determinado no próximo 20/jul, o World Jump Day.

19 maio 2005

Bahia Exilada

1971. Caetano e Gil se refugiam em Londres, fugindo da linha dura que imperava em Pindorama. Viviam um momento que conjugava duas tristezas, a distância da Bahia e a primeira reviravolta em suas carreiras, e uma estranheza: aquela terra fria nos frios tempos de "o sonho acabou". Resolveram, não sei se de forma combinada ou não, registrar aquele momento. Lançaram duas obras únicas em suas discografias.



Gilberto Gil [1971] tem 8 pérolas cantadas em inglês. Abre com a irresistível "Nega (Photograph Blues)", que é um estilo que poderia ser (ridiculamente) batizado de blues baiano. O "Nega" do refrão em uma música cantada em inglês é qq coisa. Na sequência vem um cover de "Can't Find my Way Home" de Steve Winwood. Sinceramente: é bem melhor que a original (não güento a voz do Winwood). Outras duas composições originais, "Volks Volkswagen Blues" e "Crazy Pop Rock" dão a certeza de que se trata de um 'must have' em qq coleção.



Caetano Veloso [1971] é um disco triste pra xuxu. É o disco mais 'Beatles' do Caetano (apesar das 3 covers de "Qualquer Coisa", de 1975). O clima 'down' marca de cara as 2 primeiras faixas, "A Little More Blue" e "London, London" (é, aquela que um tal RPM estragou nos anos 80). Caetano brinca com o inglês e insere uns "marinheiro só" aqui e ali. A única faixa em português dos dois discos é uma versão de "Asa Branca" do Caetano, fechando o disco.

Em resumo: Gil aproveitou o tranco pra experimentar e aprender. Pegou leve mas se manteve fiel ao seu estilo mais 'alegre'. Caetano sentiu o baque da distância e aproveitou pra fazer um disco inimaginável nos tempos de Bahia. Engraçado que sejam discos ignorados, até pelos dois. Poucos artistas saberiam aproveitar tão bem um exílio.

1971... Legal lembrar que na mesmíssima Londres estavam sendo gravados "Led Zeppelin IV", "Aqualung", "Paranoid", "Fireball", "Imagine"...

Guerra nas Estrelas

e o Lado Negro da Força, digo, da Net. Seguinte, já tá rolando na web uma versão 'crua' da última parte da saga. Por 'crua' entenda-se uma versão que, normalmente, só a turma de produção tem acesso. Ou seja, algum membro do time do George Lucas surrupiou a fitinha, ripou-a e mandou ver.



O chapa Cory Doctorow, do Boing Boing, tem uma visão bem legal (tb no sentido jurídico da coisa) e realista do episódio acerca do último episódio (hehe - sic) da 2a trilogia:

"Os estúdios tentam travar o que os fregueses podem fazer com seus DVDs, TV a cabo e PCs, mas eles não conseguem proteger a própria casa! Eles fazem leis para surrupiar nossos nomes nos provedores de acesso a Internet e para nos processar por compartilhar arquivos. Eles fazem leis e agora tentam empurrar o tal DRM (Digital Rights Management). Eles estão tentando obter o direito de projetar TVs e câmeras de
vídeo. Nenhuma dessas leis, medidas ou políticas irá impedir que arquivos como o de 'Guerra nas Estrelas' continuem circulando pela Web."

Cory lembra, porém, que só a grana obtida com o licenciamento de produtos 'colaterais' (bonequinhos, bonequinhas, lancheiras, isqueiros, camisinhas, viagras e afin$) já pagou a milionária produção. Ou seja, a grana daquele bando de jedis e daquela corja de Vaders que infestou os shoppings na pré-estréia (0h de hoje) é lucro puro!! [Tô brincando não: tava no Santa Cruz e quase pedi pra parar o chopps quando um Vader passou na frente do boteco empunhando uma espada luminosa. Aí que saquei que era a pré-estréia.]

Mas, lógico, a guerra (não nas Estrelas, mas dos estúdios contra os Neo-piratas) continuará. A MS vai jogar pesado para fazer de seu DRM um padrão de facto. Ignorando sábias palavras de gente da própria MS. Saca só um trechinho do artigo "The Darknet and the Future of Content Distribution":

... "um vendedor, provavelmente, fará mais dinheiro vendendo conteúdo desprotegido do que conteúdo protegido. Ou seja, se você vai competir com a 'darknet', você deve jogar o jogo da 'darknet': CONVENIÊNCIA e BAIXO CUSTO ao invés de segurança adicional."

ps do pv: mas os pulhas são terrivelmente lentos. O novo disco do Dave Matthews, "Stand Up", tem um sistema de proteção que simplesmente derruba o Windows!! Kuakuakua... "Crash into me..."

17 maio 2005

Um Telefonema

por Guz Vasconcellos


Alô? Er... ÉrreVêDáblioXis Empreendimentos, Sílvia, Boa Tarde!... Quem? O Eurico?... Não, hoje ele num veio trabalhar, não. Quem gostaria de falar com... ah, Bete? Tudo bem, Bete? É só com ele mesmo? Mas não quer deixar nenhum recado? Entendo. Ah, deixa pelo menos seu telefone, Bete, eu peço pra ele te ligar, se ele vier... Ahn... Esposa dele? Então ele tem seu telefone, né? Hehehe... Brincadeirinha.

O quê? Ontem? Ontem ele veio, sim. Veio. Saiu mais cedo, aliás. Não estou entendendo mais o Eurico, Bete: chega tarde, sai mais cedo. Se o Dr. Roberval ver, não sei, não. Eles tão com uma mania de corte de despesa aqui na firma, menina... Olha procê vê, telefonema agora só vapt-vupt. Um horror!... Hein? Peraí. Deix’eu perguntar pro pessoal aqui...

Adaílton! Ô, Adaílton! Sabe por que o Eurico saiu mais cedo ontem?... (acho que não chegou em casa até agora! É a mulher dele no telefone...Nem sabia que o Eurico tinha mulher...) O quê? Que isso, gente?!... e o Dr. Roberval sabe disso???...

Bete. Oi, Bete, desculpa a demora, você ainda tá aí? Bem, o pessoal aqui me falou, eu não sabia. Benzadeus! Como é que ninguém tinha me contado uma coisa dessas... Como é que eu te falo, Bete? ... ahn... Mas o Eurico não te disse nada, menina? Sei... Tive um namorado assim também... Mas deixa eu te falar: o Eurico foi pro Nepal. Isso. Nepal... Se não me engano, na Ásia, benzinho... Não, sozinho, sozinho... segundo o pessoal aqui do escritório, ele conheceu uma comunidade budista pela internet, andô tendo umas idéias meio esquisitas... Pois é. Ninguém entende, meu anjo, ninguém entende...

Tudo bem, Betezinha. Olha, precisando de qualquer coisa me liga, hein. Se quiser sair, desabafar. Sou sua amiga, tá, querida? Fica com Deus. A ÉrreVêDáblioXis Empreendimentos agradece a sua ligação. Boa tarde!

16 maio 2005

Last Days

Um ano depois e a violência nua, crua e inexplicável de "Elefante" segue nítida em minha memória. É um filme muito bom (cinematograficamente falando) mas terrivelmente incômodo (para o estômago). Eis que Gus Van Sant, o diretor, reaparece encerrando o que seria uma trilogia. Ele acabou de lançar "Last Days". Michael Pitt (o americano de "Os Sonhadores") interpreta Blake ou, dizem por aí, Kurt Cobain.



Sinopse surrupiada do site do Festival de Cannes:

Blake is an introspective artist whose success has left him in a lonely place, where livelihoods rest on his shoulders and old friends regularly tap him for money and favors. We follow Blake through a handful of hours he spends in and near his wooded home, a fugitive from his own life.

Agora é preparar o estômago (de novo!) e segurar a ansiedade.

Scratch #033



Estantes "Tetris". F*(k!ng good idea!

Un Padrenuestro Latinoamericano

Semana passada falei que o BlueNoir se tornaria mais plural. Não sabia que tão rapidamente ele tava ficando poliglota tb. Marcelo Acosta, amigão uruguaio radicado no Canadá acaba de mandar uma bela contribuição, o poema "Un Padrenuestro Latinoamericano" de Mario Benedetti, igualmente Uruguayo. Saca só:

Padre nuestro que estás en los cielos
con las golondrinas y los misiles
quiero que vuelvas antes de que olvides
como se llega al sur de Río Grande

Padre nuestro que estás en el exilio
casi nunca te acuerdas de los míos
de todos modos dondequiera que estés
santificado sea tu nombre
no quienes santifican en tu nombre
cerrando un ojo para no ver la uñas
sucias de la miseria

en agosto de mil novecientos sesenta
ya no sirve pedirte
venga a nos el tu reino
porque tu reino también está aquí abajo
metido en los rencores y en el miedo
en las vacilaciones y en la mugre
en la desilusión y en la modorra
en esta ansia de verte pese a todo

cuando hablaste del rico
la aguja y el camello
y te votamos todos
por unanimidad para la Gloria
también alzó su mano el indio silencioso
que te respetaba pero se resistía
a pensar hágase tu voluntad

sin embargo una vez cada
tanto tu voluntad se mezcla con la mía
la domina
la enciende
la duplica
más arduo es conocer cuál es mi voluntad
cuándo creo de veras lo que digo creer
así en tu omnipresencia como en mi soledad
así en la tierra como en el cielo
siempre
estaré más seguro de la tierra que piso
que del cielo intratable que me ignora

pero quién sabe
no voy a decidir
que tu poder se haga o deshaga
tu voluntad igual se está haciendo en el viento
en el Ande de nieve
en el pájaro que fecunda a su pájara
en los cancilleres que murmuran yes sir
en cada mano que se convierte en puño

claro no estoy seguro si me gusta el estilo
que tu voluntad elige para hacerse
lo digo con irreverencia y gratitud
dos emblemas que pronto serán la misma cosa
lo digo sobre todo pensando en el pan nuestro
de cada día y de cada pedacito de día

ayer nos lo quitaste
dánosle hoy
o al menos el derecho de darnos nuestro pan
no sólo el que era símbolo de Algo
sino el de miga y cáscara
el pan nuestro
ya que nos quedan pocas esperanzas y deudas
perdónanos si puedes nuestras deudas
pero no nos perdones la esperanza
no nos perdones nunca nuestros créditos

a más tardar mañana
saldremos a cobrar a los fallutos
tangibles y sonrientes forajidos
a los que tienen garras para el arpa
y un panamericano temblor con que se enjugan
la última escupida que cuelga de su rostro

poco importa que nuestros acreedores perdonen
así como nosotros
una vez
por error
perdonamos a nuestros deudores

todavía
nos deben como un siglo
de insomnios y garrote
como tres mil kilómetros de injurias
como veinte medallas a Somoza
como una sola Guatemala muerta

no nos dejes caer en la tentación
de olvidar o vender este pasado
o arrendar una sola hectárea de su olvido

ahora que es la hora de saber quiénes somos
y han de cruzar el río
el dólar y el amor contrarrembolso
arráncanos del alma el último mendigo
y líbranos de todo mal de conciencia
amén.



Foto: La Mano - Punta del Este.

13 maio 2005

Banco Imobiliário Revisitado

Que barato! Saca só o Banco Imobiliário (o nome ficou um tanto sem sentido agora) do século XXI:



Link.

12 maio 2005

Ano 1

Pois é: 1 dia depois do Graffiti nascia seu irmão gêmeo esquisitão, BlueNoir. Se o Graffiti não entende bem o que quer da vida, o que dizer do BlueNoir?



Uma das coisas mais legais do povo que trabalha com TI é sua fome de cultura e uma incrível e eclética bagagem cultural. Em todos os lugares onde trabalhei pude conviver com gente antenadíssima. Referências mil pululam enquanto nossos projetos se arrastam. Não me esqueço duma tarde em que um bate papo com o Vitão foi interrompido pelo Nerso que até então parecia super-concentrado: "Nossa, nunca vi ninguém falar sobre Cowboy Junkies!". Pronto! As horas seguintes foram super-produtivas, pelo menos na troca de referências, hehe

Dizer que nossos gostos são uniformes, "coisa de nerd", é um engano comum. Me lembro do Eurico comentar espantado: "Mas Patrícia [Carneiro], vc gosta de pagode?!?!?"...
Enquanto o Gabriel viajava em suítes intermináveis de rock progressivo a Taty curtia reggae. Quando o Nerso apareceu com 'Franz Ferdinand' (blergh!) o Vitão disse que a última grande banda batizada com nome de gente era o Jethro Tull... Se cairmos no cinema e literatura então... segura! A coisa vai de "Homem Aranha" até "Amarcord", passando por tudo que é possível passar entre os dois...

O BlueNoir, humildemente, tenta reproduzir um pouco dessa salada. Com o tempo ganhou contribuições (voluntárias ou surrupiadas mesmo) de gente legal como Braga, Luciano Pires e do Guz Vasconcellos. Para o Ano 2 que se inicia estão abertas incrições para novos colaboradores*. Vale de tudo: fotografia, contos, roteiros, piadas, receitas culinárias, bullshitagens e afins. Referências, dicas de sons, filmes, peças de teatro, botecos e quetais tb serão benvindos.

"Alimento pra cabeça nunca vai matar a fome de ninguém", já dizia o poeta. Mas que torna nossa vida muito menos chata, torna né?


* Quem se interessar (o salário é bom!) me manda um e-mail.


Ilustração de Dave McKean.

09 maio 2005

Scratch #032

L e t''s P l a y T h a t
(Jards Macalé & Torquato Neto)

Quando eu nasci
um anjo louco muito louco
veio ler a minha mão
não era um anjo barroco
era um anjo muito louco, torto
com asas de avião

eis que esse anjo me disse
apertando minha mão
com um sorriso entre dentes
vai bicho desafinar
o coro dos contentes
vai bicho desafinar
o coro dos contentes
let''s play that.

08 maio 2005

Scratch #031

Da Série Poesia numa Hora Destas?, de Luis Fernando Veríssimo:

Para o alto
os assuntos
etéreos.
O destino do Universo,
o Nada
os mistérios.
Para baixo
as questões
do abismo:
noite eterna e
psicologismo.
Bom mesmo
é o disse-me-disse.
Literatura
é aqui,
na superfície.

Don't Believe the Truth

Nem neste q vos escreve. Há uns tempos, entusiasmado com uma crítica do AllMusic, pensei que o Stereophonics estivesse lançando um dos discos do ano. Mas 'Sex Violence Language Other' é uma grande decepção. Ao invés de seguir a linha sugerida em 'You gotta go there to Come Back' - um mix de hard-rock e soul - a banda resolveu dar uns passos pra trás. Muito pra trás. O disco é muito punk (no pior sentido). Ficou sem sentido, sabor ou coisa que o valha. Mas eis que chega do mesmo Reino Unido um dos discos do ano. Agora falo sério, até pq estou ouvindo desde sexta (apesar do lançamento acontecer só no próximo dia 30. hehe... coisas da web)



Os irmãos Gallagher são realmente surpreendentes. Deram uns 5 passos atrás, buscando aquele som mais simples e direto dos primeiros discos. Mas o som não soa requentado. Não dá pra entender como conseguem. Mas "Don't Believe the Truth" é um discaço! Arrisco a dizer que é melhor (no conjunto da obra) que os primeiros, apesar de não ter nenhum hit superbonder tipo "Wonderwall" ou "Don't look Back in Anger". A sofisticação de algumas músicas não torna o disco difícil. Enfeita sem exageros. Acredite, é verdade. Ou não acredite, sei lá. Mas ouça!

04 maio 2005

Eu vou no show da Sandy

ou, "Nossa Norah Jones pré-fabricada"
(uai, mas a própria Norah não é prefab? - ??)

Bom, eu iria se não custasse 150 pilas, se não fosse rolar Timão na TV hoje e se eu não tivesse um compromisso profissional amanhã. Que pena...



A princesinha da califórnia tupiniquim vai abandonar a educação que recebeu da família por duas noites, no Bourbon Street (hoje e amanhã). Não sei dizer se ela é realmente cantora para tanto. Suas musiquinhas 'de carreira' e toda a parafernália de produção que as cercam justificam a desconfiança. Mas saca só o repertório que ela escolheu para sua estréia como crooner:

Águas de Março, Corcovado, Triste, Chovendo na Roseira - Tom Jobim
Blackbird - Lennon e McCartney
Autumm Leaves
Body & Soul
Cry me a River
When I fall in Love
Summertime

Pode? Até q pode. Mas que deve dar um frio na barriga (mais na dela, quase inexistente, que na nossa)- ah deve...

03 maio 2005

Fluxus

Vc, como eu, sempre quis participar de um festival de cinema legal, tipo Sundance ou Cannes, e nunca teve oportunidade? Pois taí outro item de nossa 'wishlist' supérflua-surreal que a Internet, de alguma forma, satisfaz. Começa no próximo dia 5, quinta-feira, o FLUXUS - Festival Internacional de Cinema na Internet.



Só não espere por 'películas tradicionais'. No FLUXUS, vale até filme montado inteiramente em Flash ou afins. O festival foi lançado em 2000. No site há um acervo com mais de 150 obras das edições passadas. Vale a pena, até pq vc nunca verá a maioria deles em nossos 'quadradinhos' canais de cinema.

02 maio 2005

No Cinema

por Guz Vasconcellos

Pensei que você ia comprar pipoca também. E não me olha com essa cara, não. Ish, apagaram a luz. Agora não tem mais jeito de eu ir lá comprar pipoca. Que filme é mesmo? Nem precisa responder. Já tá aí com esse carão... Toda vez que a gente vem no cinema é a mesma coisa, viu! Saco. E desencosta esse braço do meu ombro que eu tô com paciência hoje não...

Êta, foi só falar. Olha o cabelo da jararaca que sentou aqui na minha frente! Tem gente que num tem desconfiômetro mesmo! Me explica Jorge Francisco: onde, diabos, você estava com essa sua cabeça quando me chamou pra vim no cinema logo hoje? E num resmunga, não. Ai, detesto trailer! Será que vou lá comprar pipoca? Detesto mais voltar no escuro. Ahn... tem Halls aí, pelo menos?

Jooorge Francisco! Dá uma olhada ali na segunda fileira. Que qué isso, meu pai? Na minha época isso num podia dentro do cinema, não! Virge Maria! Cadê o lanterninha? Num existe mais lanterninha?... Nossa, lembrei do Josimar, um namorado meu. O Josimar era lanterninha, sabe?... CALA A BOCA, VOCÊ, Ô, INTROMETIDO!! PAGUEI MINHA ENTRADA INTEIRA E FALO O QUANTO EU QUISÈ!!! ... Tem gente que sabe sê chato, né, Jorginho?

Mas eu estava falando: tive que terminar com o Josimar. Não dá pra confiar em alguém que trabalha no escurinho do cinema, né? Nossa, e foi logo depois que a gente se conheceu, lembra? Você me convidou pra assistir aquele filme... peraí que eu lembro... ROBOCOP 3! Isso. Ele até voava! Lembro que eu chorei quando aquela policial morreu... Depois a gente só voltou pra ver o Titanic... Cê ficou com um baita ciumão do Leo... Bobinho...

Mas até agora não entendi, Jorginho, por que o convite hoje? Não entendo... Ih, já vai começar o filme! “O Massacre da Serra Elétrica”? Que isso? É alguma indireta, Jorge Franciscô?

Dica de Presente para o Dia das Mães

Tua mãe é escorpiana (no bom sentido) como a minha? Ela é vingativa? Ela tem vizinhos que adoram festas fora de hora? E tais festinhas são recheadas de músicas de corno e afins? Ela não aguenta mais?... Nem vc atura mais o chororô dela?

Então seus problemas (e os dela) acabaram. O BlueNoir orgulhosamente apresenta o grande lançamento fonográfico do ano: REVENGE!



São 20 efeitos que detonam qq festinha fora de hora. Vc pode simular um festão, por exemplo, com 200 convidados. Ou simular o Brunão (netinho dela) aprendendo bateria. Ou ainda fazer os vizinhos pensarem que tá rolando o maior bacanal no porão. Tem também choro de recém-nascido (Brunão era imbatível nessa tb); trânsito ferrado na esquina da JK com a Faria Lima; cachorro chorão; jogo de futebol...
Ou seja: são 20 barulhos pra parar o quarteirão. Se ela morar no interior (como a minha), vai ficar falada na cidade inteira.

Detalhe: se você comprar o CD agora, leva inteiramente grátis um par (de dois) de protetores de ouvidos. Tá pensando que é brincadeira? Então confira.

Algumas Capinhas que a Bizz "Esqueceu"


Só... [Led Zeppelin - I]


Não entenderam... [Genesis - The Lamb...]


Idem [REM - Document]


Era pedir d+... [Miles Davis - Agharta]


Gêmeo... [Miles Davis - Pangaea]


Colocaram 'Minas' e esqueceram as 'Geraes'. Pode? [Milton - Geraes]


E qq seleção sem 'Severino' (obra de Arthur Bispo do Rosário) é s@c@n@g&m
[Paralamas - Severino]

Esconderijo de Punks

O movimento durou 2 acordes e 1 vômito. Não fosse a armação midiática e a coincidência de uma geração que ainda não conhecia esportes radicais, sexo, rock'n'roll de verdade ou qq coisa que consome energia, e ninguém teria reparado nos 'punks'. Mas até o fantástico mostrava, né? Particularmente os exóticos e derivações 'de boutique'. O movimento nasceu em Londres mas achou em Sampa o solo mais fértil. Demoraram a morrer por aqui.



Mas aí, quando vc pensa que eles estão na mesma galeria dos Dodôs (que pena dá dos dodôs), alguma revista da Abril resolve fazer uma Lista. Há 1 ano foi a Playboy, escolhendo os melhores discos de R'n'R de todos os tempos. Agora a Bizz resolveu escolher as 100 melhores capas de discos. Pronto... os punks saem das catacumbas escondidas naquele prédio feio da marginal Tietê. A cena deve lembrar muito aquela ressurreição carnavalesca de 'O Retorno dos Mortos-Vivos'.



Afinal, que 'senso estético', que 'retaguarda cultural'... que p0$$@ de 'bom gosto' pode decidir que "London Calling" e "Never mind the Bollocks" são algumas das melhores capas de discos de todos os tempos?!?! Entre as 10 mais?!?!?!
Eles falam que foi uma eleição. Hehe... chamaram todo o elenco do "Retorno..." mesmo. Basta pegar a lista da Playboy de 1 ano atrás pra ver que não se trata de 'mera coincidência'.


ps: Se um dos 'olhos' do disco do Tom Zé fosse d'um punk o ornamento não seria só uma bolinha de gude não.

Scratch #029



Capa de 'Todos os Olhos' de Tom Zé (1973).