30 dezembro 2005

Um Ano num Post

Dias estranhos. Ano estranho. Mas quem confundir com poeira o que se esconde pelos cantos tá precisando de óculos. Ou de um novo headfone. Se a gente for tratar só de cultura (inútil pra tantos) e de ciências de baixa tecnologia, foco deste bloco, 2005 foi um ano riquíssimo. Só me arrependo de ter deixado assuntos altos de lado, assim como o BlueNoir, no 2º semestre. Sorry... (pra quem liga). Mas vamos dar uma geral:

Música

Ano de descobertas e poucos lançamentos bombásticos. Apesar da lista entusiasmada do Nelson, postada em março. A única promessa não cumprida foi do Red Hot, que passou o ano sumido. Fez falta? Sempre faz, ainda mais depois dos 2 últimos discos. Mas enfretaria um concorrente fortíssimo: o disco do ano foi "Guero", do Beck. Criativo, provocador, inteligente e divertido. Quem tira valor até de tecladinho "funkarioca" tem o que mostrar. Imbatível.

Mas também tivemos Oasis, Audioslave e Cowboy Junkies. Cada um na sua, reforçando estilos (ou retomando, como o Oasis) e com muito a dizer. Fica a grata surpresa da cover de "One", do U2, pelos Cowboys. Aliás, a primeira descoberta (pra desespero do Towerson, hehe): Rachel Goswell, baixista do Mojave 3 (a melhor banda deprê da Grã-Bretanha), gravou um disco solo. Tem um 'q' de CJ, e é bom pra caramba! (Na verdade é de 2004, mas... descoberto agora). Assim como o Jughead, que é de 2002. Banda pop formada por músicos "progressivo-metal-melódico"... pasmem! É punk-pop-beatle mais divertido que tudo que se lança com tal (ridículo) rótulo.

Já Pindorama ressuscita pela enésima vez a MPB, com 20% de inspiração e 80% de pura colação mesmo. Não é demérito. Vale mais que qq coisa "trabalhada" pela mídia. Tô falando de Maria Rita e seu "Segundo" álbum, o "4" de Los Hermanos e o "Cru" do Seu Jorge. Mas quem viveu a adolescência nos anos 80 sempre seguirá sentindo falta de algo... Algo que o "Acústico" do Ultraje e o "MTV ao Vivo" do Barão não ajudam a saciar... Quem gosta de releitura é gravadora...

Mas baixou em Pindorama o Pearl Jam, pra salvar o ano. E 2006 já começará melhor pq rolarão U2, Oasis e Stones no primeiro semestre... It's only rock'n'roll (I know), but I Love it!


Cinema, TV e Vídeo

Aqui já não sei se 2005 foi fraquinho pq vi poucos filmes ou se vi poucos pq o cardápio foi fraquinho. Saiu em janeiro o filme do ano... "Closer". Outra coisinha legal é "Tentação", com a Naomi Watts (produzido por ela com a grana que ela ganha fazendo blockbusters de gosto duvidoso).

E foi uma enxurrada de releituras e adaptações: Sin City (vale pela audácia estética), Batman Begins (pelo 'begins'), Quarteto Fantástico (pela Alba) etc. Ainda não vi "Jardineiro Fiel", que parece ser bom e tem um diretor (brasileiro) realmente competente. Pena que de brasileiro o Fernando Meirelles tenha tão pouco...

..ao contrário do Luis Fernando Carvalho. Além de bancar "Hoje é dia de Maria", o programa mais belo e inteligente da TV Globo nos últimos 40 anos (hehe), ele bancou (literalmente) o lançamento (enfim!) de "Lavoura Arcaica" em DVD. Com 4 anos de atraso. Tudo em nome da obra. Coisa de AUTOR de verdade, qualidade que fugiu de quase todos os nossos criadores de cultura. Mas eu vi pouco, admito.. entendi menos ainda.


Livros e Livros

Ano de "estudo técnico" acaba comprometendo leituras mais sérias, hehe. Mas mandei bem. Pelo menos tirei atraso dos clássicos ("O Velho e o Mar", "Coração das Trevas" e "100 Anos de Solidão"). Valem todos. Valem 100 anos de leitura. (E eu me lembro, Cacá e Tio Paulo, que o próximo passo é o Guimarães...).

Mais pop é "Reconhecimento de Padrões", que propagandeei em todos os blogs e bares possíveis. Literatura antenada e visionária, é o melhor livro do William Gibson. Ponto.

Mas sigo mergulhado no tijolaço (literal e literalmente) "Criatividade e Grupos Criativos" do mestre Domenico de Masi. A história do mundo contada de um prisma: a Criatividade. Poderia ser o único, hehe. E, como disse no boteco do Claré, para desespero dos tucanos presentes: se o FHC tivesse escrito 1 única página deste livro (e não mandasse a gente esquecê-la) ele teria meu voto, hehehe... Explico: Domenico é sociológo tbém. Tbém?


Outros Meios

Tem um site que visitei durante todo o ano, só pelo prazer. Não li nada. Não tinha notícias, piadas, histórias.. nada. Só um conjunto único de imagens. Fotos que, não sei pq, causam sensações estranhas.. até saudades de coisas e lugares que não conheço. É de Bob Trancho o lindo "Limited Exposure".

E o BlueNoir mereceu algumas participações bem legais. A mais fiel e bem escrita (hehehe) é do mano caçula Guz. Eu tinha que escolher um texto pra deixar aqui de exemplo. Escolhi o menos Guz e o mais BlueNoir de todos: "Companhia".

Pintaram por aqui tbém Cazuza e Renato Russo, num bate papo remixado pra lá de ultrajante. Mas não mais que a presença de Ariela Mazé, aquela que matou o Benjamin. Vergonha (e modéstia) de banda, talvez tenha sido um dos meus mais inspirados momentos. Sem a raiva que costuma inspirar outros momentos.


2006

"Mais perto de mim, tão longe de tudo".. é d'uma música do Barão.

Mudei meu eco-sistema, minha vista e alguns planos.
Me aproximei de meus próximos deixando alguns amigos distantes ainda mais distantes.
Foi em Sampa que ouvi que "raiz de mineiro" ninguém corta. É verdade.
E estiquei demais alguns galhos buscando um sol que nem é de verdade.
Temi a poda. E a queda.
Hoje meus medos são outros. Quase insignificantes..
..se confrontados com a nova Vista e os novos Planos.
Que venha 2006!

2 comentários:

Anônimo disse...

Nos filmes faltou o excelente Senhor das Armas (Lord of War).

Foi um dos melhores filmes de 2005.

[]'s Jonas Fagundes

Paulo Vasconcellos disse...

Grande Jonas. Putz, esse aí eu perdi. Mas já ouvi falar muito bem dele. Resta-me esperar pelo DVD.

Tks. []'s