29 julho 2004

Luz e Sombras

Quando um som consegue embalar uma mensagem sutil, simples, com um som áspero e duro, mas extremamente harmônico e agradável, normalmente vira clássico. Mesmo que seja um clássico ‘cult’ (no sentido de ser cultido por poucos).

Um cara usou ‘Luz e Sombras’ (Light and Shade) pela primeira vez prá falar do Led, lá no início da carreira deles. Acho q ele não foi explícito, mas com certeza se referia a “Babe, I’m Gonna Leave You”, do 1º disco dos caras.

Pensei em elaborar uma lista assim meio inédita, de “Luz e Sombras”. (motivado pelos Cowboys Junkies). Puxa... se fosse algo tão comum não teria o valor que tem.



A dos Junkies que me trouxe pr’esse post é “I Saw your Shoes”. Lançada na coletânea de sobras “Rarities, B-Sides and Slow, Sad Waltzes”, é uma porrada. A guitarra do Michael tá distorcida no máximo. Numa versão ao vivo Margo chega a soltar um suspiro de alívio ao término da música. A muralha de distorções tem um ‘q’ de Jesus & Mary Chain, só que ainda mais simples. E a letra... é d’uma singeleza comovente. Luz pura, entregue numa caixa rota e distorcida, escura e sombria. Parece a tradução da angústia dos primeiros versos. Poesia concreta é isso aí.



Outra obrigatória é “Until the End of the World”, do quasi-perfecto “Atchtung Baby” do U2. A sequência do solo (um dos mais belos e bem mixados da história do rock), acompanhada d’um distante backing-vocal do Bono gritando “love love love.. oh love” é duca. Logo depois ele reclama:

“In my dream, I was drowning my sorrows... But my sorrows they learned to swin”

A lista se encerra com 3 itens apenas…

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