02 maio 2007

Brasyl

"Imagine um Blade Runner nos trópicos". Assim começa a apresentação de "Brasyl", novo livro de Ian McDonald. Cory Doctorow (BoingBoing) sabe muito de sci-fi. Ele diz que a sensação ao ler "Brasyl" é do mesmo tipo daquelas geradas por "Neuromancer" (Gibson) e "Blade Runner". No título de seu comentário, Cory tascou "mind-altering cyberpunk carioca". Depois deste aval, tudo que eu quero é ler logo o livro (que acabou de ser lançado lá fora).

As três histórias do livro se passam no Brasil. Uma nos tempos atuais, outra no século XIX e a última em um futuro próximo. Resta torcer para que o McDonald conheça um pouco mais de Brasil do que o seu colega William Gibson. Explico: em "Reconhecimento de Padrões", num breve trecho (ufa), Gibson trata os brasileiros como um bando de fanáticos religiosos.

Não é a primeira vez que "Brasil" vira título de uma obra de ficção científica. Tem aquele filme do Terry Gilliam, "Brazil". Sorte nossa, ficamos só no título. Escapamos d'outra enrrascada há pouco: "AeonFlux", com a bela Charlize Theron, quase foi filmado em Brasília. A diretora queria uma arquitetura radical, "cercada de selva por todos os lados" (tá nos extras do DVD). Selva? Como enfrentaram muitas dificuldades (com os deputados?), acabaram optando por Berlin. Tudo a ver.

Dá pra usar o Brasil como tema ou cenário para obras de ficção científica? Nossas contradições e tradições darão espaço? Só lendo "Brasyl" pra saber.

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