"Fiz um acordo de coexistência pacífica com o tempo: nem ele me persegue, nem eu fujo dele, um dia a gente se encontra"
- Mário Lago
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Em dia de São Tom, o scratch vai para o Lago? Não estaria melhor na lagoa, ou no jardim? Talvez, mas seguiria sem sentido. Afinal, hoje é dia de São Paulo também. E a lagoa e o jardim são cariocas, como Tom, Lago e Chico. Mereciam destaque a fina garoa, a feia fumaça e as meninas que - deselegantemente indiscretas - rodam suas bolsas de compras naquela esquina famosa que fica perto da 25 de março. Mas hoje é 25 de janeiro. No dia de São Tom, a menina-musa-intrusa deveria ser outra, elegante: aquela coisa linda que vem e que passa, cheia de graça. E o que o Lago tem com tudo isso? A Amélia, pelo que todos sabem, nem está na esquina da Ipiranga com a São João e muito menos balança docemente a caminho do mar. A Amélia era mulher de verdade. São Tom mentia sobre sua paixão de verdade, a Lígia. Dizia nunca ter sonhado com ela. Santo não sabe mentir, e a máscara cai quando ele diz não gostar de samba. Desmascarado, Tom roubaria do Lago a desculpa: "atire a primeira pedra aquele que não sofreu por amor". De novo o Tom da Lagoa e do Jardim cruzaria o caminho do Lago. Com o tempo, tudo se encontra.
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