30 novembro 2005

PJam - Wish[set]List #5


Crazy Mary

That what you fear the most, could meet you halfway
Take a bottle, drink it down, pass it around


Poem by Pearl Jam
Art by LimitedExposure
Mix by PV


29 novembro 2005

PJam - Wish[set]List #4


Black

All the pictures have all been washed in black, tattooed everything...
All the love gone bad turned my world to black
Tattooed all I see, all that I am, all I'll ever be...
I know someday you'll have a beautiful life, I know you'll be a star
In somebody else's sky, but why
Why, why can't it be, why can't it be mine


Poem by Pearl Jam
Art by LimitedExposure
Mix by PV


28 novembro 2005

PJam - Wish[set]List #3


Footsteps

...
don't even think about getting inside. Voices in my head. Ooh, voices.
I got scratches all over my arms. One for each day since I fell apart.

I did, oh, what I had to do. If there was a reason it was you.

Footsteps in the hall... It was you, you.
Oh, pictures on my chest... It was you. It was you...


Poem by Pearl Jam
Art by LimitedExposure
Mix by PV

27 novembro 2005

PJam - Wish[set]List #2


RearViewMirror

once you, were in my...
rearview mirror...
i gather speed from you fucking with me
once and for all i'm far away
i hardly believe, finally the shades...are raised...
saw things so much clearer
once you, once you...
rearviewmirror...




Poem by Pearl Jam
Art by LimitedExposure
Mix by PV



26 novembro 2005

PJam - Wish[set]List #1


Indifference

i will light the match this mornin', so i won't be alone
watch as she lies silent, for soon light will be gone
i will stand arms outstretched, pretend i'm free to roam
i will make my way, through, one more day in hell...
how much difference does it make
how much difference does it make...
i will hold the candle till it burns up my arm
i'll keep takin' punches until their will grows tired
i will stare the sun down until my eyes go blind
hey i won't change direction, and i won't change my mind
how much difference does it make
how much difference does it make..
how much difference...
i'll swallow poison, until i grow immune
i will scream my lungs out till it fills this room
how much difference
how much difference
how much difference does it make
how much difference does it make...




Poem by Pearl Jam
Art by LimitedExposure
Mix by PV

24 novembro 2005

Miquelina



Desconheço um lugar que inspire tantos adjetivos quanto Sampa. Ainda não conheço outra cidade que provoque sentimentos tão antagônicos. Sampa é hotel e prisão; porto e destino; esperança e desespero; grana e fome. Sampa é imensa mas parece caber na esquina da Ipiranga com a São João. Sampa é plural e poliglota, mas parece se expressar num esperanto que é só seu. Com um sotaque que só existe aqui. Sampa é policromática mas, vira e mexe, é reportada como uma grande massa cinzenta. Ontem, num papo rápido com a arquiteta Cíntia Ito, arrisquei dizer que a falta de personalidade da arquitetura de Sampa é o que a torna única. Sampa é o caos que contradiz todas as teorias e que, no fim do dia, parece ter funcionado. Sampa funciona na sua mítica pressa, contestada pela média de 22km/h em seu trânsito.
Sampa funciona.


Há 8 anos sou hóspede em Sampa. A relação de amor e ódio vira rotina logo nos primeiros dias. Rotina e paixão não combinam? Você não conhece Sampa...

E não teve a sorte de conhecer os apaixonados incondicionais. Gente de extremos, ideológicos e pouco-lógicos, não importa. O comuna que vende bichanos de pelúcia para a classe média que frequenta os botecos da Paulista. Ou o empresário que se arma com os mesmos bichanos e algumas flores para conquistar uma nova paixão na Augusta. Entre os pólos, entre porquinhos (palmeirenses) e maloqueiros-sofredores (corintianos), um indecifrável mínimo denominador comum: Sampa.

O cronista-cambeta deveria estar elaborando (sic) algo mais importante. Mas há 2 dias ensaia um convite diferente. Inspiração não pede espaço em agenda, certo? hehe

Seguinte: há pouco tive a chance de conhecer uma dessas figuras que escrevem, ativamente, algumas das infinitas e nada lineares histórias de Sampa. O Lorival, irmão de sangue corintiano mezzo-mineiro, cozinheiro de verdade e um perfeccionista doentio (elas dirão: virginiano, né?). Pois bem, o caro Lorival, em conjunto com outros amigos (que perdoarão o anonimato), acabou de lançar um portal do tempo. Um '13º andar' (só os letrados entenderão o enigma). Lorival acabou de compartilhar um sonho chamado Miquelina Bar e Arte.

Lorival perdoará a interpretação cambeta: Miquelina é um boteco-cultural. Ops.. é "O Boteco Cultural".. um sarau e um restaurante chique. Um canto (em seu sentido geográfico) aconchegante decorado com cantos cantados, retratos falados (o do Chet é animal!) e um gosto único. Gosto de quem tem opinião formada sobre Sampa, seus sabores e gostos, sons e rostos.

Hoje (qui, 24nov) espero compartilhar com alguns colegas o Miquelina. Estarei lá por volta das 20h30...

Não deu hoje, apareça outro dia. Acho que rola de domingo a domingo, começando com o "chá das 5". Fica na Rua Francisca Miquelina, 306. É na Bela Vista e o acesso mais fácil deve ser pela Brigadeiro Luis Antônio. Ali pertinho do Teatro Abril é (quase) só dobrar a esquerda, achar a Rua Santo Amaro e.. bom. O Apontador foi inventado pra isso mesmo, certo?



Considerações Finais:

  1. Não é jabá nem babação. Quem conhece o BlueNoir já viu posts parecidos falando de filmes, sons et cetera;
  2. É injusto citar só o Lorival. Assim como é impossível citar todos os envolvidos no projeto. Queria destacar aqui tb o trabalho da Vértices, que cuidou da programação visual, design, (degustação e curtição et cetera - né caros Mozart e Sandro?);
  3. E, lógico, agradecer ao varginhense Anderson e ao "Toca da Raposa", o único(?) boteco cruzeirense de Sampa, co-irmão do Miquelina. Não fossem eles eu não teria conhecido o Lorival.

18 novembro 2005

Penso Diferente

Por Luciano Pires

Vivemos recentemente uma experiência que pode nos ensinar muito sobre a convivência com pessoas de idéias antagônicas.Durante as semanas em que nos envolvemos no referendo do “sim” ou “não”, foi interessante ver o volume de informação que circulou pela Internet com argumentos pró e contra o desarmamento. Não me lembro de ter visto um assunto tão debatido. Foi tanta coisa circulando que perdi a credibilidade em qualquer dado que passei a receber. A Internet tem esse problema: aceita qualquer coisa. Textos com assinaturas falsas, resultados de pesquisas manipulados, dados inventados, são coisas normais. Mas o mais interessante foi a situação criada quando meu colega ali ao lado revelou-se defensor do “sim”, enquanto eu optara pelo “não”. As conversas invariavelmente giravam em torno do convencimento, de parte a parte, de que sua posição era a correta. E mais de uma vez a conversa virou discussão.

Que interessante. Temos quase a mesma idade. Somos da mesma classe social. Trabalhamos no mesmo ramo. Somos pais de adolescentes. Somos honestos e éticos. Não temos armas em casa. Mas ele era sim e eu era não. Essa diferença de opiniões fez com que ele mudasse? Tomar uma cerveja com ele ficou diferente? Trocar idéias não é mais como antes? Nada disso. Não mudamos um milímetro. Somos os mesmos. Mas a evolução dos
bate-bocas em torno do referendo rotulou os do “não” como “a turma do mal”. E “os do sim” como a “turma do bem”, naquela atitude maniqueísta tão característica do brasileiro.

Pois faltou pouco para que eu passasse a ser visto como um comedor de criancinhas, um indivíduo maléfico, pronto a agredir qualquer um que encostasse no meu carro. Indigno de ser convidado para uma cerveja...

Por outro lado, os do “sim” foram caracterizados como bobalhões, românticos inocentes úteis que mudariam de lado no primeiro ato de violência armada que sofressem.

Já escrevi a respeito da dificuldade que temos de separar a opinião do indivíduo, do indivíduo. Por pensar diferente passo a ser tratado como um extraterrestre, um demônio vivendo para sacanear as pessoas, apoiado em valores morais errados. Deixo de ser um igual...

Pois saiba que, guardando as proporções, é esse sentimento que faz aquele idiota da torcida organizada matar o torcedor do time adversário. Afinal, ele é diferente. Foi esse sentimento que exterminou judeus nos campos de concentração. O sentimento de que os iguais não são tão iguais. E começa assim: pensam diferente. São “esquisitos”. Uma ameaça. Talvez eu deva me proteger deles... Percebeu?

Idéias são os bens mais fantásticos para se compartilhar. Devemos ter - e defender com unhas e dentes a liberdade de ter - acesso a todas as idéias. Estudar, debater, comparar, criticar, adotar ou recusar idéias é mais que um direito. É uma necessidade. Mas que serve pra nada, se não respeitarmos quem tem idéias diferentes
das nossas.

13 novembro 2005

Warm Up - Pearl Jam, 02/dez - Pacaembu



O Globo - Edição do dia 10/11/2005 - Segundo Caderno

Política, rock e surfe nas malas de Eddie Vedder

Bernardo Araujo

Eddie Vedder pega um café e senta-se em um canto para telefonar para O GLOBO de sua casa em Seattle. O cantor do Pearl Jam virou a noite, dormiu algumas horas pela manhã — quando soube que seu amigo Kelly Slater havia faturado mais um título mundial de surfe, desta vez em Florianópolis — e não consegue tirar da cabeça... o próximo disco de sua banda. Não que não esteja feliz ou interessado nos países que vai visitar pela primeira vez, como o Brasil (a banda toca no Rio dia 4 de dezembro), mas o momento da criação está tomando todas as suas energias. Típico bom moço do rock, Vedder, de 40 anos, faz perguntas sobre o Brasil e ataca o governo Bush.

— Vou começar a pensar nos shows quando entrar no avião — confessa. — Não sei como será o repertório, isso depende de muitas coisas, não é? De como estaremos no dia, da situação do mundo, dos problemas de cada país... não tocaremos nada do CD novo, porque ele tem uma sonoridade diferente, deve ser ouvido todo de uma vez.

Quantos problemas, hein? Será que ele sabe alguma coisa sobre o Brasil?

— Mais ou menos — admite. — Andei pesquisando, mas ainda não li muito. Sei que Bush esteve por aí, não foi? E houve protestos. Tem um presidente de quem ele fala como se fosse o próprio diabo, é o seu?

Não, Eddie, os protestos mais fortes contra Bush foram na Argentina e seu inimigo é Hugo Chávez, da Venezuela.

— Isso, desculpe — diz. — Se Bush o demoniza, algo de bom ele deve ter feito.

Vedder e o Pearl Jam são o tipo de artistas que tem em seu site a seção “ativismo”.

— Fale-me sobre a situação política de seu país — pede, para depois escutar com atenção. — Sabe que acho que os EUA estão caminhando para isso, um lugar em que a riqueza está concentrada nas mãos de um número cada vez menor de pessoas? Você acha que esse escândalo tem a repercussão que merece ou o outro lado está forçando a barra, como no caso de Bill Clinton?

“É como ter uma fratura e não consertá-la”

Sua voz fica mais firme ao falar de Bush.

— É muito decepcionante ser cidadão americano atualmente — diz. — É como se você tivesse quebrado o quadril e, em vez de ir consertá-lo com uma cirurgia, acabasse se acostumando a andar torto, mancando, sentindo dor. Nossa vontade é andar para a frente, mas temos que neutralizar as forças que nos puxam para trás. Já começaram até a questionar a teoria da evolução das espécies. É como se dissessem que a Terra é plana.

O meio ambiente também é uma das preocupações do Pearl Jam.

— Jeff Ament, nosso baixista, colabora com uma fundação que mede os níveis de carbono no ar e elabora planos para as indústrias, mostrando-lhes maneiras de lucrar mais sem agredir tanto a natureza — diz. — Isso está começando a dar certo.

A amizade entre os músicos do grupo é um orgulho para Vedder.

— É um relacionamento de muitos anos, que só nos torna cada vez mais próximos — diz. — Conseguimos conversar sempre profundamente, sem jamais guardar mágoas. Acontecimentos como o festival de Roskilde ( na Dinamarca, quando oito pessoas morreram enquanto a banda se apresentava, em 2000 ) e o 11 de Setembro foram superados com as nossas união e amizade.

Já que quem tem amigos tem tudo, o Pearl Jam trará ao Brasil uma banda menos conhecida de sua geração, o Mudhoney.

— Estou muito feliz de poder viajar com eles — diz Vedder. — Sempre achei que eles mereciam mais sucesso do que nós.

Ele diz que a cena musical de Seattle ainda se parece com aquela que estourou em todo o mundo no início dos anos 90.

— Há muitas bandas e poucos lugares para se tocar — diz. — A maior parte do pessoal dos velhos tempos ainda está aqui, como Kim Thayil, do Soundgarden, e Kris Novoselic, do Nirvana, que mora em uma fazenda mas aparece de vez em quando.

Apesar da empolgação de viajar — “e, quem sabe, entrar na água e surfar” — ele admite que, principalmente depois de Roskilde, megashows não são sua praia.

— Não somos o tipo de artista que rende melhor em frente a dezenas de milhares de pessoas — diz. — Por isso preferimos as salas menores. É claro que, em lugares como o Brasil, temos que satisfazer os fãs que querem nos ver há tantos anos. Ouvi dizer que a procura por ingressos está boa, não é? Fico muito feliz. E não sei se merecemos.

Modesto, hein? Ele não consegue segurar uma risada quando questionado sobre a origem do nome Pearl Jam (“Geléia de pérola”), que viria de uma iguaria alucinógena que sua avó índia, Pearl, costumava preparar.

— É verdade! Tenho a receita. Fiz muita geléia aos 16 anos. Foi um bom ano.

08 novembro 2005

Scratch #049




"Ai, seu moço, eu só queria
P´ra minha filicidade
Um bão fandango por dia,
E um pala de qualidade.
Um facão fala verdade,
E u´a viola de harmonia
P´ra chorá minha sodade.
Um rancho na bêra d´água
Vara de anzó, pôca mágua,
Pinga boa e bão café...
Fumo forte de sobejo,
P´ra compretá meu desejo,
Cavalo bão - e muié..."


De Cornélio Pires
Surrupiado do Café Brasil