por Glaucio Rogério Bonaldo da Silva
Eu tô sem paciência é com Israel... Já é hora de alguém avisar os judeus, que essa história de que eles são o povo escolhido por Deus é folclore, da mesma forma que nós dizemos que Deus é brasileiro. Eles precisam cair na real. Não é possível que eles sejam tão inocentes assim...
Se eles fossem mesmo o povo escolhido, Deus iria tirá-los da escravidão no Egito, abrir uma passagem no meio do Mar Vermelho e largá-los no meio do deserto? Não, né? Iria abrir uma passagem no mediterrâneo, disponibilizando ao povo escolhido uma estada nas belas ilhas gregas como Mikonos ou Santorini, ou ainda nas badaladíssimas (não naquela época) ilhas espanholas Minorca, Mallorca ou Ibiza. Deus, como Todo Poderoso, poderia enviar também um Airbus A-330 ao Egito, levando Moisés (devidamente acomodado na 1ª classe com seus assessores mais próximos) a alguma das até então inabitadas ilhas do Caribe (ou mar das Antilhas), que mais tarde viriam a ser nomeadas de Curaçao, Aruba, Saint Marteen, Bahamas, etc.
Esse negócio de intolerância é realmente muito complicado. Tomemos por base a velha máxima: Deus é brasileiro. Temos aqui na América do Sul, um país, cujo povo chamamos de hermanos (da mesma forma que duas cunhadas que se odeiam – caso raro na vida real – se chamam de querida), com o qual temos uma certa diferença, num esporte muito popular, chamado futebol. Pois bem, nós temos aquele que o mundo (inclusive os hermanos) chama de Rei do Futebol. É esse mesmo que você está pensando: Pelé. Ué, mas os Argentinos (não consegui ficar sem dar nome aos bois) também acham que Pelé é o Rei do Futebol? E o grande boleiro deles, Dom Diego Armando Maradona??? Onde fica na história? Aí é que tá, os hermanos dizem: Se Pelé é rei, Maradona é Deus (Pelé es rey, Maradona , Diós!).
Aí temos uma situação esportivo-religiosa complexa: Se Deus é brasileiro e Maradona é Deus, concluímos que... Senhor!!! Maradona é brasileiro??? Ou Deus é Argentino??? Se qualquer uma destas questões tiver resposta afirmativa, pronto, temos motivo mais do que suficiente pra mandar bomba nos Argentinos.
Mas, mandar bomba aonde?? Na região de Mendoza que produz um vinho até que bom, que permite que meros mortais assalariados como eu, saboreiem em convescotes com os amigos um Cabernet Sauvignon ou um Shiraz adquiridos por algo em torno de R$ 15,00 (menos de US$ 7,00) no Pão de Açúcar ou Carrefour da esquina?? Melhor não... Na Patagônia, que apresenta uma singularidade em termos de paisagem e população como não se vê em lugar nenhum do mundo?? No La Bombonera e acabar com o drama emocionante de qualquer time brasileiro que vai disputar um mata-mata da Copa Libertadores da América naquele país?? Ou naquele bairro onde Carlitos Tevez aprendeu aquela dança ridícula (hummm, essa não é má-idéia)??? Gente, para que vamos jogar bomba nos Argentinos, se nos divertimos tanto com eles, e eles conosco??? É isso que eu queria saber... E no fim das contas, Deus não é brasileiro, nem Maradona (Carámba, que pesssadelo, acho que estoy tomando mucho Guaraná Antarctica)... Puro folclore, compreendem??
Outro caso, em que nós brasileiros deveríamos servir de exemplo para a parte do mundo que gosta de guerra... Essa semana fui a um evento, em que um dos patrocinadores estava lançando uma nova linha de produtos. Eu,com minha limitada memória, imaginava que essa empresa vendia somente um produto, o Tênis-Pé (sabe, aquele talquinho anti-chulé?). Sim, estou falando da Baruel. Pois bem, a marca de produtos que eles lançaram no tal evento, é de higiene pessoal, sabonete, shampoo, condicionador, etc. O nome da marca: Lar Evangélico. O mote da campanha (dirigida a atacadistas e distribuidores): "Sabia que 20% dos seus clientes são evangélicos ?". Ganhei alguns produtos desses como brinde (ainda bem pois estava sem shampoo, ainda que muitas pessoas não acreditem que eu "desperdice" shampoo e condicionador com meu cabelo pixaim). Não tive dúvidas, meti o tal shampoo Lar Evangélico no primeiro banho que tomei. E pasmem!!! Fez espuma e lavou, como qualquer outro... Não saí do banho de forma diferente (não gostei muito da embalagem e do logotipo e tal, mas isso é outra história).
Mas, usar shampoo todo dia é o que quero dar de exemplo??? Pode ser, numa outra hora. Agora, imagine a seguinte situação: Sou escolhido para a PAD (Pesquisa de Amostra por Domicílios) do IBGE, que subsidia nossos pesquisadores econômicos e sociais de dados e mais dados sobre os usos e costumes da população tupininquim. Eis uma transcrição do suposto diálogo com a entrevistadora:
- Pois bem Sr. Glaucio, faltam poucas perguntas... (já fazem duas horas em que ela me pergunta sobre tudo da minha vida e da minha famíla...)
- Ahãã
- Qual a sua religião?
- Católica
- Praticante?
- Não, não. Sou católico de batismo e primeira comunhão. Só vou a Igreja para casamento e missa de 7º dia, quando muito. Estou meio desiludido com o catolicismo sabe? A Santa Inquisição, a 2ª Guerra Mundial, esse negócio da Maria Madalena. Eu acredito mesmo, no espiritismo. Então, sou Kardecista, adepto da Doutrina Espírita, pregada por Alan Kardec.
- Ahããã, diz a pesquisadora visivelmente contrariada.
- Mas, também jogo minhas oferendas para Iemanjá na virada do ano...Vai saber, né?? Ah, e distribuo docinhos no Dia de São Cosme e Damião.
- Já entendi, pra terminar, Sr. Glaucio, que marca de shampoo o sr. costuma usar?
- Lar Evangélico, da Baruel.
- ÃH?
- Isso mesmo...
Essas respostas num país intolerante seria motivo para eu ser morto, por apedrejamento, tiro, faca, enforcado, sei lá. É muito esquisito isso, meio difícil de compreender. Será que precisa mesmo fazer tanta guerra?
Aí, me vêem os israelenses e viram grandes aliados do povo que acha que é o escolhido do Chefe de Deus, já viu, né?
Prefiro dar umas risadas de vez em quando. Pra não chorar.
pv: O Glaucio trabalha com administração de vendas e contratos na Controlsat, empresa do Grupo Schain, em Sampa. O conheci através d'um amigo comum, o copeiro Anderson "Testa". Este foi o primeiro texto do Glaucio a pintar aqui no Blue. Que não seja o último!