13 abril 2006

Eu Levo a Vida Cantando...

Surrupiei do Café Brasil um 'email/artigo' bem jóinha. É de Charlles Nunes. No post seguinte uma variação do mesmo tema, de Guz Vasconcellos.


Para quem leva a vida a correr, existem duas formas de se ficar famoso: cruzar em primeiro a linha de chegada, ou concluir em último, e oferecer o máximo de si para concluir o percurso. Quem não se lembra daquela olimpíada em que assistimos a uma sueca a tropeçar nas próprias pernas? Tive vontade de entrar no televisor e ampará-la em meus braços!

Ou daquele chinês em frente ao tanque do exército americano, em plena Praça da Paz Celestial, impassível como Bruce Lee? Como esquecer daquela menininha a correr para salvar sua própria vida, momentos após a explosão de uma bomba de napalm sobre a vila vietnamita onde morava?

As datas passam, as emoções e lembranças permanecem. Seja em público ou em particular, o empenho em qualquer tarefa louvável é digno de aplausos.

Uma noite dessas, por exemplo, assisti em primeira mão a um exemplo desse tipo. Passava em frente a um bar de periferia, com videokê e biriteiros de plantão, quando ouço o solista da vez a cantar “Skyline Pigeon” de um modo excepcional.

Aquela interpretação acima da média me fez desacelarar o carro a ponto de parar junto à calçada. Até as crianças ficaram em silêncio. Minha esposa chegou a pensar que se tratava de um CD!

Admirado, dou ré, para contemplarmos o final. No mais puro êxtase, observo a veia a alterar meu magro pescoço e me encanto com um longo e sonoro 'so ve-e-ry fa-a-a-ar, beeehiiiiiiiind'. Sem conter a emoção, uno-me aos gatos pingados da platéia, debruço na janela e aplaudo também! Ele se vira, contente da vida, satisfeito por uma tarefa bem realizada.

Vêm-me à mente os singelos versos do Almir Sater: ''Ando devagar porque tive pressa, e levo esse sorriso, porque já chorei demais. Cada um de nós compõe a sua história, e cada ser em si, carrega o dom de ser capaz, e ser feliz."

Para você que decidiu se esforçar na conclusão de uma tarefa que vinha sendo adiada, este será um ano inesquecível, o começo de uma nova história. Pois começar com o fim em mente, é metade do caminho andado.

No mais, é prosseguir com garra!


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